A qualidade do sono é essencial para a saúde e o bem-estar geral. No entanto, muitas pessoas sofrem de distúrbios do sono que podem impactar negativamente suas vidas diárias. Entre os mais comuns estão os distúrbios do sono REM e a insônia, ambos profundamente influenciados pelo perfil genético do ciclo circadiano. Neste post, exploraremos como essas condições estão relacionadas com nossa genética e como compreender essas conexões pode ajudar na prevenção e tratamento.

 

O Ciclo Circadiano e o Perfil Genético

O ciclo circadiano é o relógio biológico de 24 horas que regula nossos padrões de sono e vigília, influenciando diversas funções corporais, incluindo a liberação de hormônios, a temperatura corporal e o metabolismo. Esse ciclo é controlado por um conjunto de genes conhecidos como genes do relógio, que incluem o CLOCK, BMAL1, PER e CRY. Alterações ou mutações nesses genes podem desregular o ciclo circadiano, levando a problemas de sono.

Por exemplo, algumas variações genéticas podem fazer com que as pessoas tenham ciclos mais curtos ou mais longos do que as 24 horas típicas, resultando em dificuldades para dormir ou acordar nos horários desejados. Estudos mostram que pessoas com determinadas variantes no gene PER3, por exemplo, tendem a ser mais propensas à insônia e outras desordens do sono.

 

Distúrbio do Sono REM

O sono REM (Rapid Eye Movement) é uma fase do sono crucial para a consolidação da memória e a regeneração mental. Durante o sono REM, o cérebro está quase tão ativo quanto quando estamos acordados. Distúrbios nessa fase podem levar a pesadelos frequentes, comportamentos anormais durante o sono, como movimentação excessiva, e até mesmo a interrupção da própria fase REM.

Geneticamente, o distúrbio do sono REM pode estar ligado a mutações em genes que regulam neurotransmissores como a dopamina e a serotonina. A dopamina, em particular, desempenha um papel crítico no controle dos movimentos durante o sono REM. Alterações nos genes que codificam os receptores de dopamina podem resultar em uma desregulação desta fase do sono, levando a sintomas disruptivos.

 

Insônia

A insônia é um dos distúrbios do sono mais comuns, caracterizada pela dificuldade em adormecer ou manter o sono. A insônia pode ser crônica, durando meses ou anos, ou aguda, ocorrendo por curtos períodos. Fatores genéticos desempenham um papel significativo na predisposição à insônia. Estudos de associação do genoma inteiro (GWAS) identificaram várias variantes genéticas associadas ao risco de insônia, incluindo genes relacionados à sinalização do GABA, um neurotransmissor que induz relaxamento e sono.

Além disso, variantes nos genes que controlam a resposta ao estresse, como o gene CRH (hormônio liberador de corticotropina), também têm sido associadas à insônia. Pessoas com certas variantes desses genes podem ter uma resposta exagerada ao estresse, dificultando o relaxamento necessário para adormecer.

Compreender o impacto do perfil genético no ciclo circadiano e nos distúrbios do sono, como o distúrbio do sono REM e a insônia, é fundamental para o desenvolvimento de tratamentos personalizados. A análise genética pode ajudar a identificar indivíduos em risco e permitir intervenções precoces e mais eficazes. Portanto, se você sofre de problemas de sono, considere conversar com um profissional de saúde sobre a possibilidade de realizar um mapeamento genético. Isso pode ser um passo importante para melhorar a qualidade do seu sono e, consequentemente, sua qualidade de vida.

Para saber mais sobre como o perfil genético pode influenciar a saúde do sono e como o exame de mapeamento genético da DNA Club pode ser útil, não hesite em entrar em contato conosco ou consultar nosso site para mais informações.

24 de julho de 2024 — Rodrigo Matheucci